quarta-feira, 31 de março de 2010

Mal do Século

Depois de um bom tempo parado, sem escrever, mas sem deixar os estudos, estamos voltando... com a mesma coragem, mas com menos tempo para tal tarefa, infelizmente. É até feio falar isso, mas a verdade deve vir sempre em primeiro lugar, não? :)

Ainda falarei sobre as Doutrinas da Graça, mas queria antes discutir um assunto que me incomoda há algum tempo... o mal do século. Como estudante de Psicologia, aprendemos que a doença que mais assola o ser neste século é a depressão, estritamente ligada ao sentimento de culpa, talvez por acharmos que não há perdão, que Deus está morto (como afirma a vã filosofia), ou que temos que nos sacrificar e que isso adiantaria alguma coisa no resultado que pretendemos. Mas, permitam-me discordar da psicopatia em voga. Penso que o lugar mais alto na competição pelo título de "o mal do século" é ocupado pela ANSIEDADE. Explico.

A ansiedade anda camuflada sob várias máscaras atualmente e a que mais me chama a atenção, é a máscara da falta de fé. Tenho visto uma tênue ligação entre os dois conceitos. Hoje, posso definir ansiedade como sendo também o medo de viver algo que não se conhece, ou seja, um sentimento quase que fóbico pelo que acontecerá amanhã e, principalmente, por não se ter o controle deste fato futuro. Assim, uma pessoa ansiosa, diante de situações cotidianas, pode disparar seu alarme interno (ocasionando palpitações excessivas - taquicardia -, sudorese, dispnéia, etc.) pelo simples fato de não a certeza (como consequência, o controle) do que enfrentará no momento seguinte.

Passamos por vários momentos na vida onde este sentimento é bem claro. Se formos defender uma tese acadêmica amanhã, hoje será um dia destes. Ficamos extremamente ansiosos, nervosos, agitados, pois não sabemos com exatidão o que acontecerá. Será que conseguirei passar o que quero? O que será que os professores irão questionar-me? Saberei responder a contento? Incertezas... situação desenhada sob a nossa falta de controle dos fatos futuros.

Bom, normal seria apenas pensar que futuro é algo inalcançável, correto? Por que isso não ocorre então? Porque o ser humano ainda acha que pode controlar TUDO, incluindo o fator tempo neste contexto?

Imagine a seguinte situação, divagando na fantasia um pouco... DEUS aparece pra você, em pessoa, e lhe fala claramente: "olha, filho... amanhã será desta forma: tal professor perguntará tal coisa... acontecerá isso e aquilo... blá, blá...", ou seja, Ele te conta tudo exatamente como será a sua defesa de tese, todos os detalhes. O que isso mudaria em relação à sua ansiedade? TUDO!

Ai, então, entra o conceito de fé (ou a falta dela). Nós, cristãos, temos a mania de afirmar que cremos em Deus. MENTIRA! Se realmente tivéssemos a tal fé que afirmamos ter, leríamos: "entrega teu caminho ao Senhor, CONFIA nEle, e o mais Ele fará" e simplesmente agiríamos como se tivéssemos ouvido a voz direta de DEUS, como se Ele em pessoa tivesse falado de forma audível a nós, como no exemplo acima.

Assim, se a fé existisse realmente em nossos corações, não teríamos o mal do século a nosso redor, ou melhor, em nosso interior. A ansiedade é também a falta de fé em um Deus que já lhe provou diversas vezes que o controle do seu futuro a Ele pertence... SOMENTE a Ele pertence. Não temos qualquer controle sobre isso. O que nos cabe é crer. Por que é tão difícil??